Coluna - Atletismo e natação paralímpicos competem de olho em Tóquio
Durante eventos, atletas serão categorizados conforme as deficiências
A classificação internacional esportiva é o processo que avalia os atletas paralímpicos e os categoriza conforme a deficiência para competições regulamentadas pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês). Pensando na Paralimpíada de Tóquio, seis brasileiros disputam, nos próximos dias, eventos dos circuitos mundiais de atletismo e natação para serem avaliados e classificados.
De sexta-feira (14) a domingo (16), Nottwil, na Suíça, recebe a quinta etapa do Grand Prix de Atletismo Paralímpico, sendo a primeira com participação de integrantes da seleção brasileira, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). O mais experiente é Aser Mateus de Almeida, do salto em distância. Ele compete na classe T38, de menor comprometimento entre atletas com paralisia cerebral - quanto maior o número da categoria, menor o grau de impacto da deficiência. A comissão técnica, porém, avalia que o saltador teria de ser reclassificado.
"O Aser é um dos atletas mais experientes da delegação. Ele pegou seleção anteriormente, porém, as análises aqui no Brasil mostram que ele poderia ser reajustado em uma classe abaixo. Estamos pedindo a revisão dele para as classes T36 ou T37, tendo em vista que a gente tem analisado um grande comprometimento motor na sua marcha", explica Fábio Dias, técnico especialista em provas de velocidade do CPB, à Agência Brasil.
Ricardo Gomes de Mendonça, dos 400 metros rasos, e David Benedito de Macedo, dos 1.500 metros, completam o grupo que está em Notwill, também buscando classificação entre os atletas com paralisia cerebral. Ambos aderiram ao paradesporto recentemente, têm histórico no atletismo convencional e são apontados por Dias como nomes a estarem em Tóquio.
"O Ricardo está no paralímpico há três anos. Ele teve um acidente, uma escada caiu sobre a cabeça, causando paralisia cerebral, com comprometimento nos membros superiores e inferiores. Hoje, o estamos enquadrando nas classes T37 ou T38. O David é um atleta muito recente, apresentou-se em fevereiro de 2021 ao CPB. Teve um acidente automobilístico, que causou sua paralisia. É um atleta que tem marcas expressivas no convencional", detalha o técnico.
A competição na Europa antecede a fase de treinamento seletiva, em junho, que definirá a seleção brasileira de atletismo em Tóquio. Entre os dias 5 e 12, participam velocistas e cadeirantes. Na semana seguinte, disputam vaga lançadores, saltadores e fundistas. Ao todo, 106 atletas estão credenciados à seletiva. Campeões das respectivas provas no Mundial de 2019, em Dubai, Emirados Árabes, 13 já têm lugar assegurado nos Jogos.