O dia em que Pelé parou uma guerra na África
Liderando o Santos em um amistoso na Nigéria, Rei do futebol gerou um “cessar-fogo” na Nigéria
(Foto: Divulgação/SantosFC - O Santos lançou um uniforme neste ano em homenagem ao feito de Pelé na Nigéria)
A grandeza do Rei Pelé não se limitava às quatro linhas. Primeiro grande ídolo do futebol mundial, o brasileiro também ajudou a levar a paz para a África.
Em 1969, quando defendia o Santos, Pelé ajudou a parar, pelo menos momentaneamente, um conflito armado na Nigéria.
Na ocasião, o Peixe fazia uma excursão na África. Após o último jogo agendado, em Moçambique, surgiu o convite do governo nigeriano, então sob ditadura militar, para jogar no país.
O jogo aconteceu em Benin City, cidade localizada em uma região separatista que estava em guerra com o governo militar desde 1967.
Para o jogo acontecer, houve um acordo para a realização de um cessar-fogo assim que a delegação santista pousou no país. Afinal de contas, todos queriam ver o Pelé em campo.
"A guerra foi muito terrível. Para o Santos se apresentar naquela partida o tenente que mandava no país deu garantias de que o conflito seria suspenso, que não haveria troca de tiros. Foi o que aconteceu", disse o historiador do Santos, Guilherme Guarche, em entrevista à ESPN.
Assim que o Santos deixou a Nigéria, o conflito armado foi retomado, se encerrando apenas em 1970. Estima-se que mais de dois milhões de pessoas morreram durante a guerra civil nigeriana.
Recentemente, o Peixe lançou um terceiro uniforme em homenagem à Nigéria, tendo como referência justamente o “jogo da paz”, encabeçado por Pelé.