Atirador mata 39 em hotel na Tunísia e Estado Islâmico assume autoria
2015-06-27 00:33:39 GMT+00:00 - ReutersPor Tarek Amara
Um homem armado disfarçado de turista abriu fogo nesta sexta-feira contra hóspedes de um hotel na Tunísia com uma arma escondida num guarda-chuva e matou 39 pessoas, entre elas turistas britânicos, alemães e belgas que aproveitavam a praia, num atentado reivindicado pelo Estado Islâmico.
Turistas aterrorizados correram em busca de refúgio depois do início dos tiros e de uma explosão no hotel Imperial Marhaba na cidade de Sousse, 140 quilômetros ao sul da Túnis, antes de a polícia matar o homem a tiros, disseram testemunhas e autoridades de segurança.
"Aqui sempre foi um lugar seguro, mas hoje foi um horror", disse um turista irlandês, que deu apenas seu primeiro nome, Anthony. "Ele (atirador) começou na praia e foi à recepção, matando a sangue frio."
O ataque aconteceu durante o mês muçulmano sagrado do Ramadã e no mesmo dia em que um corpo decapitado e coberto de palavras escritas em árabe foi encontrado na França, um homem-bomba matou duas dezenas de pessoas numa mesquita no Kuweit e pelo menos 145 civis teriam sido mortos por militantes do Estado Islâmico no norte da Síria.
Numa mensagem publicada nas redes sociais, o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado na Tunísia e exortou seus seguidores a intensificar os ataques durante o Ramadã.
Contas no Twitter que apoiam o Estado Islâmico divulgaram três fotos que dizem mostrar o atirador. Um homem é visto de costas caminhando numa rua e segurando uma arma, mas sua identidade e o local não foram revelados.
"Nosso irmão, o soldado do Califado, Abu Yihya al-Kairouni, atingiu seu alvo, o hotel Imperial, apesar das medidas de segurança", segundo a mensagem.
A declaração dizia ainda que o grupo tinha atacado um "bordel" e matado 40 "infiéis".
O corpo do atirador de Sousse, que portava um fuzil Kalashnikov, ficou caído no local em que ele foi morto.
"Um atirador abriu fogo contra turistas e tunisianos com um Kalashnikov na praia do hotel", afirmou um empregado do hotel presente à cena. "Era só um agressor. Era um homem jovem usando shorts, como se ele mesmo fosse um turista."
Rafik Chelli, autoridade do alto escalão do Ministério do Interior, declarou que o homem era um estudante desconhecido das autoridades e que não constava em nenhuma lista de suspeitos.
O atirador ainda lançou um explosivo, relataram testemunhas. Uma fonte de segurança disse que outra bomba foi encontrada em seu corpo.
"CORRAM, CORRAM, CORRAM!"
Foi o segundo grande atentado na Tunísia neste ano, depois que homens armados invadiram o Museu Bardo, em Túnis, e mataram 21 visitantes estrangeiros.
Um comunicado do Ministério da Saúde afirmou que cidadãos britânicos, alemães e belgas estavam entre os 39 mortos. O ministro da pasta disse a uma rádio francesa que outras 36 pessoas ficaram feridas no tiroteio.
Pelo menos cinco britânicos também estão entre os mortos, disse o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Philip Hammond. A chancelaria da Irlanda afirmou que pelo menos um irlandês foi morto.
A irlandesa Elizabeth O'Brien, que estava hospedada num hotel vizinho com seus dois filhos, disse que as pessoas entraram em pânico quando os disparos começaram na praia.