Reintegração bloqueia rua e altera trajeto de 35 linhas de ônibus em SP
Felipe Palma, Felipe Resk e Raquel Brandão/AgênciaInvadido em abril, o prédio é ocupado por cerca de 300 pessoas. Apesar de o processo na Justiça ser contra o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), a Central de Movimentos Populares (CMP) diz ser responsável pela ocupação.
A Polícia Militar chegou ao local por volta das 5h30. Para auxiliar a ação policial, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) bloqueou totalmente a rua entre o viaduto do Chá e a Rua Sete de Abril e 35 linhas de ônibus municipais foram desviadas.
As linhas que utilizam a Avenida São João sentido centro retornam do Largo do Arouche, as que descem a Rua da Consolação acessam a Avenida Amaral Gurgel e as que passariam em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, acessam o Viaduto 9 de Julho e a Rua Maria Paula.
Por volta das 7h30, o clima era tenso no local. Os sem-teto criaram barricadas com móveis e outros objetos, o que dificultou a entrada dos PMs.
"As famílias criaram formas de resistência, mas da forma mais pacífica possível", afirma a representante da CMP Miriam Hermógenes. Os ocupantes também protestaram jogando papéis do alto do prédio, mas não houve confronto.
Assim que os policiais do 7º Batalhão de Polícia Militar/Metropolitano (7º BPM/M) e do Choque entraram, as 72 famílias se concentraram no 9º andar do edifício. Segundo os ativistas, o comandante da operação solicitou o documento de identidade de todos as pessoas presentes para fazer ocorrência.
O edifício é propriedade da empresa Administração e Representações Telles S/A, que solicitou à Justiça a reintegração de posse. O pedido foi aceito pela juíza Jacira Jacinto da Silva, da 16ª Vara Cível do Foro Central Cível.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que a PM participou de reuniões com moradores, Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), Subprefeitura da Sé e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para que a reintegração seja pacífica.